quarta-feira, 30 de junho de 2010

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O preço de um pão roubado
(Welton Melo)

Sou um negro, doutor; sou só um negro
Cuja vida deu rumo distorcido
E apesar de dispor dessa aparência
Acredite doutor não sou bandido.
Eu conheço da vida os cativeiros
Sou mais um dentre tantos brasileiros
Que pernoitam na rua e esmolam um pão
Meu destino doutor foi infeliz
Fui forçado a fazer o que não quis
E fui taxado na rua de ladrão

Fui na frente de todos humilhado
Algemado igualmente a um bandido
Entre socos, tabefes, pontapés...
Por PMs doutor eu fui detido
E por ser mais um filho da pobreza
Me negaram o direito de defesa
E impuseram que eu próprio me calasse
Quando eu fui explicar por que roubei
Fui ao chão com um tabefe que levei
Que chegou a cortar a minha face

Me trouxeram pra cá e aqui estou
Vim aqui pra prestar depoimento
Por um erro que eu mesmo cometi
porem nunca neguei um só momento
Se o senhor como eu já for um pai
Tenho toda certeza de que vai
Entender o porquê que pratiquei
Fui errado doutor não vou negar
Mas um pai que tivesse em meu lugar
Roubaria do jeito que eu roubei

Vi meu filho de fome passar mal
Me dizendo:Papai quero comer!
Eu senti-me impotente seu doutor
Vendo aquilo sem ter o que fazer
Levantei-me dali, pedi esmola
Mas o povo ao passar nem dava bola
Planejei em por fim na própria vida
Me senti como um trem fora do trilho
Pois não tem dor maior que ver um filho
Te implorar por um prato de comida

Quando vi o meu filho agonizando
Aumentou inda mais minha agonia
Sem pensar levantei-me seu doutor
E correndo eu entrei na padaria
De nervoso suo lavava a mão
Vi os pães que ficavam no balcão
E lembrei do meu filho já morrendo
Me senti como ave em cativeiro
E num ato total de desespero
Dei de garra do pão ,sai correndo

Apesar de correr já era tarde
Vi meu filho sem vida ali no chão
Abracei o seu corpo pequenino
Foi ai que ouvi voz de prisão
E o que houve depois eu já falei
Me humilharam bastante,apanhei
E agora me encontro nesse estado
Só o senhor põe um fim nesta novela
Ou me tira pra sempre desta sela
Ou me deixa pagando um pão roubado

As algemas que prendem minha mão
Ferem a honra de alguém trabalhador
Que nem mesmo o senhor me libertando
Vai poder reparar toda essa dor
Mas doutor com a sua competência
Por favor ponha a mão na consciência
E se possível me livre desta teia
O caráter de alguém não se converte
Se achar que estou certo me liberte
Do contrario me deixe na cadeia

quinta-feira, 17 de junho de 2010



(tu jamais vai me esquecer)

Diga ao povo da rua que eu não presto
Que eu fui pouco de mais pra teu amor
Diga até como forma de protesto
Que eu não soube se quer te dar valor
Diga tudo de ruim ao meu respeito
Que pra mim não tem jeito que dê jeito
E que eu levava minha vida te iludindo
Cuspa então nesse prato que comeu
Só não diga a ninguém que me esqueceu
Pois o povo vai ver que estais mentindo

Se quiser bote outro em sua cama
Outro alguém que assuma o meu lugar
Mesmo assim saberei que tu me ama
Porque isso é visível em teu olhar
Se quiseres trocar os meus abraços
Adormece nas conchas d’outros braços
Recebendo os carinhos que ele o deu
Se você me trocou pra ta com ele
Do que vale o teu corpo ser só dele
Se o amor do teu peito ainda é meu

Você pode por ele ter paixão
Mas amor de verdade é só por mim
Tu da boca pra fora diz que não
Mas do peito pra dentro diz que sim
Só não tas nos meus braços por orgulho
Me critica,me xinga,faz barulho...
E tentando acalmar a tua ira
Você mancha meu nome,me difama
Mas se diz pra alguém que não me ama
Teu olhar logo prova que é mentira

Você diz que é melhor não mais me ver
Que o amor que sentias já morreu
Mas eu sei que na hora do prazer
Você troca outro nome pelo meu.
Sou mais homem,mais tudo do que ele
Mas se queres ficar ao lado dele
Tudo bem meu amor podes ficar
Tente até me esquecer de todo jeito
Mas no ranking de amores do seu peito
Não tem homem que assuma meu lugar

(Welton Melo)

quarta-feira, 16 de junho de 2010

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Com vários tipos de rosas
Eu construi meu jardim
Orquídeas,cravos jasmim
Escolhi as mais cheirosas
E em meio as flores vistosas
Faltou a de mais valor
Não avistei sua cor
Nem pude sentir seu cheiro
Eu tenho um jardim inteiro
Mas choro por uma flor

Essa flor que falo tanto
Das demais é diferente
É a flor mais inocente
Que já vi em todo canto
Eu cultivo,rego,planto
Faço por ela o que for
E antes do sol se por
Boto adubo em seu canteiro
Eu tenho um jardim inteiro
Mas choro por uma flor

De nada vale pra mim
um pomar cheio de ramo
sendo que a flor que mais amo
não vive no meu jardim
talvez este solo é ruim
não tem água pra o calor
mas se for pobre de amor
a culpa é do jardineiro
eu tenho um jardim inteiro
mas choro por uma flor

eu tenho milhões de flores
plantadas no meu jardim
porem as flores pra mim
são todas pobres de amores
são flores que não tem cores
que crescem sem ter verdor
e aquela a quem dei amor
não brotou em meu viveiro
eu tenho um jardim inteiro
mas choro por uma flor

Glosa:Welton Melo
Mote:Paulo Barba

terça-feira, 15 de junho de 2010

"QUANDO A LUZ DO MEU DOM NÃO BRILHAR MAIS"


Quando a voz que ecoa no meu peito
Sussurrar o seu verso derradeiro
E eu sentado encostado ao travesseiro
Fabricar um poema com defeito
Quando alguém me ouvir com preconceito
Pondo em dúvida a origem do meu hino
Pedirei com clamor que o pai divino
Me carregue do mundo dos mortais
Quando a luz do meu dom não brilhar mais
Deus ascende o farol do meu destino

Quando a mina de verso se esgotar
E o meu nome cair no esquecimento
Tornarei-me um poeta sem talento
De se quer um soneto improvisar
Mas quem sabe alguém possa se lembrar
De um poema que fiz quando menino
E afirme com força,garra e tino
Que eu também já fui bom anos atrás
Quando a luz do meu dom não brilhar mais
Deus ascende o farol do meu destino


Welton Melo

sexta-feira, 11 de junho de 2010

****Dia dos namorados*****


Ola poetas a amigos!! Espero q gostem desse novo trabalho,nele eu falo um pouco de como conheci minha namorada assim também de como é ruim viver distante do ser amando ainda mais nos dias dos namorados,apesar do dia ser apenas a manhã eu me antecipei e trouxe pra vocês.. até a próxima.

(Carta a namorada)
(Welton melo)

Queria tanto meu bem
Ganhar um abraço teu
E assim relembrar o dia
Que a gente se conheceu
Tu brilhava feito ouro,
Eu com meu chapéu de couro
No meio da multidão
Tu ali na minha frente
Tão bonita e sorridente
Conquistou meu coração

Movido pela paixão
Agora estou te escrevendo
Pra descrever num poema
O quanto que estou sofrendo
Vivo tão longe de tu,
Eu aqui no Pajéu
E você na capital
Nos somos dois pretendentes
Que vamos ficar ausentes
Nessa data especial

Eu irei me sentir mal
Ao ver o clarão da lua
Clareando os namorados
Que desfilam pela rua
E eu com o peito em brasa
Sozinho dentro de casa
Vivendo só de vontade
Fugindo deste mal trato
Dando um beijo em teu retrato
Pra me livrar da saudade

Sei que há dificuldade
Mas nos vamos superar
Pois eu espero por ti
O tempo que precisar
Tu eis pra mim importante
Não te esqueço um só instante
Mesmo estando separados
Receba como um presente
O meu humilde repente
No dia dos namorados

quinta-feira, 10 de junho de 2010


Ola caros leitores! Essa poesia a qual intitulei de (Por que levou pai?) foi feita por mim a mais ou menos uma ano atrás em homenagem a um pai de um grande amigo meu (Deliano),eu fiquei sabendo do falecimento d seu pai e resolvi fazer essas décimas na qual pergunto ao destino o porque disso tudo... espero q gostem...

Por que levou pai?


A tua falta me trucida a alma
Minha alegria partiu com o senhor
O desespero raptou minha calma
E a minha vida transformou-se em dor
Talvez se a morte também me levasse
A dor que sinto talvez acabasse
Porque com o tempo essa dor não sai
O sofrimento hoje habita em mim
Foi o meu fim quando vi teu fim
Destino ingrato porque levou pai?

Além de um pai foste meu amigo
Me auxiliando nos primeiros passos
Na privações foste meu abrigo
Me protegendo com teus fortes braços
Agora vem esta dor covarde
Me obrigando a viver com a saudade
Q quando chega nunca mais se vai
E não tem fim os prantos que derramo
Não tive tempo de dizer Te amo
Destino ingrato porque levou pai?

(welton Melo)

quarta-feira, 9 de junho de 2010

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Mote e glosa:Welton melo

"Assumi compromisso de verdade
Com quem quis namorar de mentirinha"



Planejei um futuro ao lado dela
Plantei flores de amor no seu caminho
Dei abraço,dei beijo,dei carinho
E se preciso minha vida eu dava a ela.
Desejei o amor dessa donzela
Mas pra o mesmo outro alguém ela já tinha
Me abraçava fingindo ser só minha
E provava meus beijos sem vontade
Assumi compromisso de verdade
Com quem quis namorar de mentirinha

Sua mãe consentiu nosso namoro
Mas a “filha da mãe” por covardia
Não queria e fingia que queria
Me fazendo sofrer por desaforo
Hoje molho estas vestes com meu choro
Por amar quem comigo foi mesquinha
Me jurando uma coisa que não tinha
Ou se tinha me deu pela metade
Assumi compromisso de verdade
Com quem quis namorar de mentirinha

Ela vive de farra e diversão
Atendendo os desejos da matéria
Sem saber que amor é coisa séria
Envolveu-se com alguém por atração
Eu cai neste laço e fui ao chão
Com um galo tombado em plena rinha
Mas se eu vê-la chorando e tão sozinha
Inda estendo minha mão por caridade
Assumi compromisso de verdade
Com quem quis namorar de mentirinha

Welton melo

quarta-feira, 2 de junho de 2010

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EU TENHO MEDO

Me envergonho em dizer,mas tenho medo
Medo esse de amar-te loucamente
De jurar-te um amor eternamente
E depois não saber pra quem jurei
Tenho medo sim, medo de mim mesmo
De me iludir e caminhar a esmo
Sendo rejeitado por quem tanto amei

Tenho medo de amar o inexistente
E que você seja mais uma ilusão
Um produto irreal de ficção
Projetado na mente de um poeta.
Perdi o controle Ó querubim!!
Pois essa dúvida que brotou em mim
Me angustia e me desconcerta

Se quiseres esnoba essa paixão
Põe em dúvida também minha existência
Mas coloca tua mão na consciência
Para não nos causar inda mais dor
Duvida sim,do meu eu, do meu falar...
Só não ouse jamais a duvidar
Algum dia se quer do meu AMOR!

Welton Melo***

terça-feira, 1 de junho de 2010

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Revirando alguns papeis eu encontrei essa poesia que fiz a exatamente um ano atrás,nela eu conto um pouco de como foi os último ano de meu falecido avô como eu presenciei de perto seu sofrimento e estive presente na hora de sua morte achei por bem relatar isso em verso como c fosse o próprio. Espero que gostem


Lamentos de um ancião

Mocidade por que foste embora
Largando meu corpo que hoje cansado
Lamenta o presente lembrado o passado.
To feito um filhote que caio do ninho,
Ao invés de cantar só derramo pranto
Sou um peregrino que já andou tanto
E agora se encontra no fim do caminho.

Nas curvas do tempo minha vida virou
E o resultado de tal acidente
É uma matéria cansada e doente
Que viu alegrias virar desenganos,
Eu sou um vulcão que antes temido
Agora pra sempre vive adormecido
Sou o resultado da soma dos anos

Eu depois de velho volto a ser criança
Me colocam fralda, me dão de comida
Eu vivo porem não sei se a vida
Vivida assim se chama viver
Andar não consigo porque a idade
Fez nas minhas pernas uma atrocidade
Que só tem melhora quando eu falecer

Se eu vou comer não sinto o sabor
Se vou dormir me falta a vontade
Se vejo o presente me vem a saudade
Quebrado as porteiras do meu coração
Num estante eu volto ao passado
Me vejo correndo e lutando com gado
Coisas que só faço na imaginação

Me vejo na cama,levantar não posso
Pois me falta força,vigor e coragem
Que o tempo cruel com sua engrenagem
Fez o meu reinado com o tempo acabar
Eu hoje me encontro velhinho e sofrendo
E apesar de tudo eu sigo vivendo
Ate quando deus mandar me buscar

(Welton Melo)

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Ola caros leitores! Depois de um final de semana bem agitado parei um pouco para pensar nas besteiras que fiz,nas pessoas que magoei com algumas atitudes impensadas minhas.A embriaguês por si só não justifica certas atitudes nem diminui minha culpa,o que me resta a fazer é pedir desculpa a pessoa magoada e a melhor forma que encontrei foi através desses versos, depois de lê-los acredito que todos vocês entenderão o que ocorreu,mas lembrem-se entes de me julgar “que quem nunca errou que atire a primeira pedra”



Magoei sem querer teu coração
Acabei com você sendo tão rude
E por ter esboçado esta atitude
Eu nem sei se mereço teu perdão
O que fiz não requer explicação
Pois eu fui um covarde enganador
Que ganhei teu carinho e teu “amor”
E em troca te dei só falsidade
No silêncio noturno da saudade
O remorso é maior do que a dor

O efeito do álcool quando passa
Deixa um rastro de culpa em quem bebeu
De ressaca eu lembrei o que ocorreu
E botei toda culpa na cachaça
Mas de fato eu quem fiz toda desgraça
Acabei magoando minha flor
Destroi nosso ninho de amor
E estraguei para sempre essa amizade
No silencio noturno da saudade
O remorso é maior do que a dor


Eu sem sono virei a madrugada
Sem poder esquecer as traições
De uma vez despertei duas paixões
Porem eu quis de mais, findei sem nada
Se a cachaça de fato foi culpada
Eu por isso tornei-me um sofredor
Que apesar de errar peço um favor
Me perdoe meu bem por caridade
No silencio noturno da saudade
O remorso é maior do que a dor


Glosa:Welton Melo
Mote:Biu Salvino

Quem sou eu

Minha foto
Sou mais um que nesta terra de poetas não sei se sou Poeta ou Louco,mas depois de ter me banhado nesse rio de versos posso afirmar com toda certeza que nem todo louco é poeta mas que todo poeta é completamente louco; Loucura essa que o faz ver a vida com outros olhos. Dêem Viva o Verso! Visitem meu blog: vivaoverso.blogspot.com